Governo do Paraná massacra trabalhadores/as em Educação para garantir usurpação da Paraná Previdência.

A categoria dos/das trabalhadores/as em Educação pública paranaense determinou retorno da greve após o governo enviar novamente um projeto de lei com intuito de apropriar-se do fundo de investimentos da Paraná Previdência. Para estes/estas profissionais, o projeto é claramente uma ação desesperada, encontrada pelo governador para tentar salvar as finanças do Paraná, haja vista que a má administração somada à falta de compromisso com os cidadãos foi responsável por quebrar o caixa do Estado.

O Governo, observando as reações contrárias às suas medidas, tratou imediatamente de convocar mais de 1.500 (mil e quinhentos) policiais e organizar um cordão de isolamento nas imediações da Assembleia legislativa do Paraná, a fim de evitar que a população pudesse assistir e manifestar-se durante as sessões de discussão e aprovação do projeto.

Na segunda feira (27 de abril), cerca de 3 mil pessoas foram para a Praça Nossa Senhora de Salete e manifestaram durante o dia todo, o descontentamento. Na madrugada do dia 28, por volta de 1h:30min, a polícia avançou com a tropa, prenderam os dois caminhões de som que estavam estacionados na rua, e impediram a entrada de um novo caminhão. Para garantir êxito, os policiais utilizaram bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta, bomba de efeito moral e muita violência contra os/as trabalhadores/as.

No entanto, a categoria não se amedrontou e na manhã do dia 28 organizou a manifestação na Praça 19 de Dezembro e se dirigiu até a Assembleia Legislativa. Somado a isso veio a notícia da liminar concedida que garantia a participação popular nas galerias da Assembleia, para acompanhar as discussões do projeto pelos deputados. Porém, a ordem do governador era repressão! O cordão de isolamento e o efetivo de policiais haviam aumentado com policiais vindos de todo o estado, inclusive com o batalhão de fronteira. Foram colocadas viaturas atravessadas na via, impedindo que outro caminhão de som se aproximasse da Alep. Contudo, a categoria continuou avançando e abriu caminho para passagem do caminhão de som. Foi então que a tropa de choque mostrou à luz do dia, o verdadeiro motivo de estar lá. Foram cerca de 15 minutos de bombas de gás, spray de pimenta e tiros de balas de borracha para afugentar os/as manifestantes. Após clemência do comando de greve e intervenção de alguns deputados, a amostra do massacre cessou e o caminhão de som pôde se aproximar da praça.

Em 29 de abril, dia marcado para votação final, o sindicato organizou a manifestação com os gritos de ordem: “retira ou rejeita”, pedindo aos deputados e deputadas da Alep que o projeto fosse retirado de pauta ou rejeitado, para que discussões ampliadas fossem organizadas. A partir deste contexto e da cassação da liminar que garantia o direito à participação popular, o governador Beto Richa e o presidente da Alep, Ademar Traiano mantiveram o projeto em pauta e ordenaram o início do massacre. A barbárie durou cerca de 2 horas, deixando cerca de 200 trabalhadores/as em educação feridos/as e uma marca histórica, violenta e vergonhosa para a democracia paranaense.

Em 30 de abril, estudantes organizaram uma manifestação em apoio a professores e professoras massacrados/as. No ato realizado em frente ao Palácio do Iguaçu, a bandeira do Paraná foi hasteada à meio mastro, simbolizando o luto pela selvageria cometida pela polícia à mando do governo. Diversas entidades e instituições religiosas também manifestaram apoio, dentre elas a PUCPR e a Arquidiocese de Curitiba.

A tradicional festa de 1º de maio, dia do trabalho, foi cancelada pela União Geral dos Trabalhadores – UGT. Em seu lugar houve uma grande passeata que saiu da Praça 19 de dezembro em direção à Praça Nossa Senhora de Salete, finalizada com uma série de atos que faziam menção aos horrores sofridos dois dias antes naquele mesmo local, clamavam por justiça e organizavam as próximas ações da luta contra a repressão.

04/05/2015

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