Na noite da última terça-feira (25/02/2014), a sra Azoilda Loretto da Trindade, doutora em Comunicação e Cultura, esteve em Curitiba para ministrar uma palestra sobre Mídia e enfrentamento ao racismo, observando a atual abordagem da História Afro nas escolas brasileiras, a qual passou a ser obrigatória no currículo escolar a partir da aprovação da lei nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003.

 

Antes mesmo da palestra ter início, o anfiteatro 100 do campus da Reitoria já estava completamente lotado por professores, estudantes, militantes de movimentos culturais e sociais, dentre outros. Azoilda inicia o encontro ressaltando a importância da troca de experiências e da energia presente, resgata também a luta para construção e conquista da alteração da mais importante lei que rege a educação brasileira.

Para continuar, a palestrante trouxe uma triste situação, ocorrida no estado do Rio de Janeiro, onde um policial negro que estava a paisana, ao correr atrás de um assaltante branco, foi confundido e acabou morto por seguranças de um posto de gasolina. “O homem branco entrou correndo no posto com as mãos para cima e gritando: ladrão!, ladrão! E mesmo com o policial colocando a arma no chão e identificando-se, acabou sendo baleado pelos seguranças”, contou Azoilda.

Na sequência, o público presente foi alertado para analizar as ementas de Programas de Aprendizado/Disciplinas/Matérias que tratam o início da história do Brasil ou da literatura brasileira a partir do período de colonização, quando deveriam iniciar com história e cultura indígena.

Aprofundando a discussão sobre racismo, a Dra instiga a todos a desnaturalizar as mensagens postas na mídia que contêem conteúdos racistas. A partir de várias imagens de propagandas e vídeos de programas de humor foram feitas análises afim de problematizar, ou trazer para o foco os conteúdos que tornam-se muitas vezes, imperceptíveis.

A partir da sessão de perguntas foram levantadas questões interessantes como por exemplo, maneiras de se trabalhar o racismo na Educação Infantil, ou ainda possibilidades de se destravar ou fomentar a discução sobre o tema nas escolas que, de acordo com alguns professores presentes, não se abre o diálogo de enfrentamento ao racismo dentro das escolas, na semana pedagógica, ou até mesmo, em muitos lugares, não se utilizam os materiais públicos elaborados com a temática.

Por fim, Azoilda discorre sobre a importância da lei e do processo de conscientização, juntamente com militância, a partir de práticas pedagógicas comprometidas, que lutem contra o racismo e que acima de tudo, respeitem a vida e a vida do outro. Segundo ela: “é preciso pensar possibilidades”.

O NEAB – Núcleo de Estudos Afro Brasileiros da UFPR abrirá um gupo de estudos, com encontros em sua sede toda quarta-feira às 19h.

Endereço do NEAB – Rua XV de Novembro, 1299 – fone: 41 3310-2707 e-mail: neab@ufpr.br

27/02/2014

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