Para Anderson Prego, participação popular é fundamental para se pensar e se fazer política.
Jornal Co:::unicação: Como surgiu o apelido de Prego?
Anderson Prego: O apelido vem da minha infância. Um grande amigo me apelidou de Prego porque sempre fui magro e alto. Era naquela fase do colégio, adolescência. Todos tinham apelido e só o meu que ficou até hoje.
Co:::unicação: Como surgiu o interesse na política?
Prego: Sou da Pastoral da Juventude de Colombo e temos uma Escola de Formação Permanente da Juventude, intitulada Lumen, que trabalha a formação integral da pessoa. Há também uma etapa que aborda a temática de sócio-política. Ao longo do processo formativo – Lumen – pude aprofundar o conhecimento e a partir de então adquiri o interesse especial pela política.
Co:::unicação: Qual é a sua relação com a Igreja Católica?
Prego: Sou membro e Assessor da Pastoral da Juventude, participo ativamente da Igreja Católica.
Co:::unicação: Como essa relação interfere ou influencia o seu modelo de gestão?
Prego: Sou autônomo e a relação com a Igreja subsidia através dos valores que aprendi ao longo do tempo, mas faz-se importante frisar que a Igreja não interfere no mandato. As lideranças leigas da Igreja Católica, junto com a Pastoral da Juventude, estas sim interferem e ajudam no planejamento e atuação do mandato.
Co:::unicação: Como funciona esse modelo de Mandato Popular Participativo?
Prego: São feitas reuniões contínuas com as lideranças da Igreja e da comunidade para planejar, executar e avaliar as proposições que devemos representar no mandato legislativo. É um mandato aberto em que todos que se interessam pela politica podem participar ativamente com direito iguais.
Co:::unicação: Está funcionando na prática?
Prego: Estamos fazendo uma experiência que julgo ser muito importante para nosso município. O funcionamento do mandato esta intimamente ligado à participação da comunidade. Fazemos várias ações para que este caráter ocorra, tais como: reuniões periódicas mensais, audiências públicas e seminários. Algumas lideranças também participam dos Conselhos municipais e isto enriquece o debate de propostas para o desenvolvimento do Mandato Popular Participativo.
Co:::unicação: Colombo, pela primeira vez, tem uma oposição organizada, mesmo que em pequeno número. Essa oposição vem recebendo várias retaliações dentro da Câmara dos Vereadores e por meio de blogs anônimos. Te taxaram de uma simples marionete da Igreja. Como você vê essa posição de incômodo assumida pelos “vereadores de carreira”?
Prego: Muitos vereadores são avessos à participação popular na câmara e isto vai à contramão do que propomos. Queremos a participação popular. Como não podem proibir publicamente a forma que trabalhamos, alguns vereadores, apelam para manobras administrativas dentro da câmara. Nossos documentos, proposições, emendas e leis não tramitam e quando tramitam somos derrotados em plenário. Não se discuti a eficácia das nossas propostas, mas não aprovam somente pela nossa forma de agir e trabalhar.
Co:::unicação: Quais são os projetos que você defende?
Prego: Defendemos a construção de plano municipal de transparência para a Prefeitura e Câmara de Vereadores. Propomos e confeccionamos politicas públicas em várias áreas: juventude, igualdade racial, educação, esporte e lazer, cultura, mulheres, criança e adolescentes, ou seja, defendemos através das politicas públicas a correção da negligência do poder público municipal.
Co:::unicação: Como defensor de políticas públicas para a juventude, como você avalia a aprovação do Estatuto da Juventude? Colombo está preparada para aplicar o Estatuto?
Prego: Foi um avanço para as juventudes do Brasil. Coloco no plural, pois as expressões juvenis possuem pluralidade e diversidade incrível. As juventudes são quase 50 milhões de pessoas, cerca de 25% da população do Brasil e não possuíam regulamentação legal para cobrar atenção especial do Governo brasileiro. A aprovação do Estatuto da Juventude estabelece direitos para pessoas de 15 a 29 anos, que os governantes deverão aplicar na federação, nos estados e nos municípios.
Colombo está longe de estar preparada para aplicar o estatuto, pois ainda não dialoga com as juventudes do município e muito menos tem, ativamente, órgãos colegiados (um exemplo é o Conselho Municipal de Juventude) que possam levar e debater esta discussão na sociedade. É um dever também do nosso mandato criar este caminho, para que em futuro breve possamos garantir os direitos dos jovens colombenses.
Fonte: Jornal Co:::municação. Disponivel em: <http://www.jornalcomunicacao.ufpr.br/materia-16619.html>. Acesso em: 05 de julho de 2013.
Reportagem Agnes do Amaral
Edição Luana Santos
05/06/2013